Falso Lar (Tiago Borges)

Falso Lar
(Tiago Borges)*

Poucos metros de um porto seguro
Seja o colo de outrem
Ou um lugar
Por detrás de um velho muro

Mil devaneios transpassando
Como uma onda que se quebra antes
do esperado
Um          raio        que        existe   por         um          instante
Mas não o suficiente para
deixá-lo guardado

O porto
O porto está próximo
Junto dele o falso conforto
Não estar de fato acobertado
É fato temível de assumir
Nesta quebra do torpor cotidiano
E na fuga de si mesmo em imergir
A ideia do alheio para possível salvação
Deixa à margem o esforço do resgate em sucumbir
Sendo que a partir do próprio eu
Que não sabe a que vem
Quando vai
Então fica

Tentar entender  é uma pratica
Aos poucos deixada de ser efetivada
Por não ser bem sucedida
Apertar o passo na calçada
A circulação já acelerada
A mente encorajada
Esta Frequência desenfreada
A fim de encontrar
Passam a ser subterfugio
Como quando um caramujo
Que no meio de um mundo sujo
Opta por encolher-se
E sem saber mais de nada
Pode estar enfim no que chama ele
De casa 

* Thiago Borges participou do Curso de Escrita Criativa promovido pela Prosa- Cursos e Consultoria

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