À minha eterna garota (Gabriela Nogueira)








À MINHA ETERNA GAROTA 

Gabriela Nogueira

Lá vem ela
Requebrando
Meio cambaleando
Descontrolada pela alegria de me ver

Escancarando, nos olhos, um sorriso
Ansiedade
A incalculável felicidade
Simplesmente por me reconhecer

Acho que ela me venera
Diviniza
Em excesso, me valoriza
Demonstra todo dia que sou importante para alguém

Mesmo que seja um alguém afável demais
Ingênuo
E, até, pequeno
É uma vida que me dá vida como ninguém

Ah, a minha garota

Só lhe dou a casa
Refeição
E um pingo de atenção
Quase nada, perto da sua companhia tão cheia

Que ela me desculpe,
Mas é incompensável aquele jeitinho frágil
Carente
Sempre... envolvente
Que me magnetiza, dá um nó na garganta e incendeia

No fundo
Ela é quem me apara
Conforta
Deitada ao meu lado, sente minha dor e, sem dizer nada, me exorta
Ao se derreter aos meus pés, ela me preenche

E nos meus dias mais felizes?
Ah...
Aí, ela pula demais
Livremente
E sinceramente
Abana o rabo na porta, fazendo o estrondo de um tambor
Talvez, anunciando que tê-la não é mais uma opção
E, sim, minha necessidade de amor!


Gabriel Nogueira participou do Curso de Escrita Criativa I

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Passo a passo da escrita

Prosa : compromisso com a palavra e a escrita

Autorretrato de uma ficção (Andreza Pandulfo)