Poema de Fischer Seixas
MADRUGADA DAS COISAS
Um certo apavoramento
Controlável, embutido e atento:
Um fantasma dorme
Sonha com as certezas que tem
E se espanta com tudo que é vivo, incerto e cotidiano
Ele é meu amigo
É inocente e bonachão
Deixa seu nariz de fora das cobertas
A bunda nua e a ponta dos pés também
Não tem culpa de nada
Mas sofre se me vê escrevendo essas coisas
Ele é como um filho
E eu não quero acordá-lo
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